No dia 15 de abril de 1981, mais de oito mil
torcedores assistiram das arquibancadas do Machadão ao gol mais rápido
do estádio, do futebol potiguar e, para alguns, de todo o mundo. América-RN e ABC decidiam a Taça Cidade de Natal, que valia pelo
primeiro turno do campeonato estadual. O empate sem gols na semana
anterior forçava os dois times a vencer.
Os alvirrubros vinham de uma excelente fase, buscando o tão sonhado
tricampeonato. Já os alvinegros tentavam estragar a festa e interromper a
sequência de títulos do rival.
Seguindo a sorte determinada pela moeda do árbitro César Virgílio, o
América daria o pontapé inicial do clássico. Mal sabia o juiz o que
estava por vir logo após o primeiro apito. A bola foi tocada para trás e o meia alvirrubro Didi Duarte, vendo o
goleiro alvinegro Caetano adiantado, mandou um petardo do meio de campo e
marcou um gol inacreditável. O tento foi tão rápido que gerou polêmica entre a crônica esportiva.
Alguns jornalistas anotaram que foi aos quatro segundos, outros aos
cinco e houve quem falasse em seis ou sete.
A surpresa foi tão grande que nem o árbitro soube precisar o tempo,
já que mal havia acionado o cronômetro. E, de quebra, nem a TV havia
ainda começado a gravação do jogo. Os equipamentos da TV Universitária de Natal chegaram atrasados ao
estádio em razão de um problema em um dos veículos da emissora. Um azar
em meio à sorte de Didi Duarte. Mesmo porque, tempos depois, o gol só não entrou para o livro dos
recordes por falta de uma gravação.
O ineditismo e a beleza do gol foram
tantos que uma placar foi feita. Ela chegou a ficar por anos fixada no Machadão, até que o estádio foi
demolido para dar lugar à Arena das Dunas, construída para a disputa da
Copa do Mundo de 2014.
O resultado daquela partida? Terminou em 1 a 1, com um gol de empate
de Noé Soares. O título daquele primeiro turno potiguar, decidido nos
pênaltis, ficou com o ABC. No entanto, foi o América que se sagrou campeão estadual naquele
ano, conseguindo o tetracampeonato em 1982. O gol, porém, superou
qualquer outra lembrança.
O América foi a campo com César Etcheverry, Saraiva, Norival,
Odélio, Wassil Mendes, Jorge Bonga, Gilson Lopes, Didi Duarte, Sandoval,
Marinho Apolônio e Severinho. Já o ABC foi escalado com Caetano, Joel, Domício, Cláudio Oliveira,
Betinho, Arié, Paulinho, Noé Soares, Juarez, Da Silva e Babá.
Fonte: Acervo da Bola
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