Nos 105 anos do América, um conto folclórico

Nesta terça-feira, 14 de julho, o América completa 105 anos de fundação. Para homenagear este querido, glorioso e tradicional clube de futebol do Rio Grande do Norte, o Esporte Amador do RN vai fazer de forma diferente de anos anteriores. Vamos transcrever uma matéria folclórica sobre um dos maiores ídolos clube rubro de todos os tempos. Seu nome: João de Deus Gondim Teodósio, ou simplesmente, Bagadão (na foto abaixo). O conto transcrito foi publicado pela Tribuna do Norte, em 2011 e, posteriormente, por "Na Boca do Gol". 
Antes porém, vamos conhecer um pouco sobre a vida desse veloz e voluntarioso ex-ponta direita do aniversariante de hoje. Natural de Areia, interior da Paraíba, Bagadão foi um dos principais profissionais do América nas décadas de 60 e 70. Defendeu o clube entre os anos de 1967 e 1975. Foi o autor do gol que deu o título de campeão em 1967.
Como é sabido, fora o futebol, foi professor do Colégio Monsenhor Mata, e hoje é aposentado como auditor fiscal do município. No dia 6 de agosto de 2015, recebeu da Câmara Municipal de Natal, o título de Cidadão Natalense. É casado com a professora universitária, Sheila Saint-Clair, com quem tem três filhos: Yanna, Iury e Keyla.
Agora, vamos para Bagadão x Velha
Bagadão, o ídolo de dona Maria do Carmo Carneiro de Melo, e da torcida americana, era um cara humilde, bem humorado e de bem com a vida. Podia não ser o suprassumo do ponta-direita, mas era valente e veloz como poucos.
Entrou para o seleto clube dos jogadores folclóricos, que desfilaram pelos gramados potiguares ao cruzar com o treinador Maurílio José de Souza, popularmente conhecido como Velha.
Velha, era um técnico rígido, avesso às opiniões, e de pavio curtíssimo. Se não admitia intromissões de seus pares, imagina da galera torcedora, que no estádio Machadão, se posicionava bem atrás do banco de reservas do seu time.
Nos jogos, quando a coisa estava preta, a torcida pedia Bagadão, sempre um reserva de luxo, que entrava nas horas difíceis, quando a coisa estava realmente preta para o lado americano:
“Velha, bota Bagadão! Velha, bota Bagadão!”. Era o coro ensaiado da torcida.
E o treinador nem aí.
Quando a irritação de Velha, pela insistência da torcida, chegava ao limite, ele voltava-se para a galera, batia com o sapato no chão da casamata e respondia:
“Velha não bota não! Velha não bota não!”
Um dia, os papéis se inverteram.
Bagadao iniciou o jogo como titular e não estava correspondendo. A torcida passou a exigir:
“Velha, tira Bagadão! Velha, tira Bagadão!”
E Velha, sem constrangimento, virou-se no banco de reservas e encarou a galera:
“Velha não tira não! Velha não tira não!”
Sobrou rádio de pilha, havaianas, geladinhos, pra cima do pessoal do banco.
Contra-ataque
Em outra ocasião, a torcida fazia o mesmo apelo, para a entrada do Bagadão, e nada de comover Velha.
Quando faltavam poucos minutos para o fim do jogo, Velha mandou o preparador físico Arturzinho aquecer Bagadão.
A galera foi à loucura, enfim seria atendida.
Depois de um interminável aquecimento, Velha perguntou:
E aí Bagadão, tais aquecido?
Bagadão deu aquela pedalada para confirmar.
Então pode ir tomar banho. Deu pra ti, cabra da peste.
Disparou Velha.
E tome vaia da torcida.

Por Esporte Amador RN


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