Enquanto as coisas não se normalizam e, consequentemente, as competições esportivas não voltam a acontecer, vamos preencher esse espaço com matérias frias, porém, interessantes.
A desta sexta-feira, 8, iniciaremos com uma pergunta. É possível um repórter trabalhar mais de 20 anos cobrindo futebol profissional sem se identificar por qual clube torce? Confesso. Não sei se nos dias atuais isso é possível. Entretanto, conheci um que só falou por qual clube torcia quando "pendurou" o microfone: Mario Dourado (na foto, entrevistando o árbitro Nelson Luzia).
Mário, em todas as emissoras de rádio que trabalhou, entre elas a extinta Poti, Cabugi, hoje 93 FM e Rural, atualmente 91 FM, sempre teve o mesmo comportamento falando sobre ABC, América, Alecrim e outros clubes da época. Foram muitas as vezes que alguém perguntava para qual clube ele torcia? A resposta era a mesma de sempre: Ferroviário.
A pergunta nunca ficou sem resposta. Contudo, todos sabiam que a resposta não era verdadeira. Mas, como tudo tem o seu tempo, um dia, depois de mais ou menos três décadas empunhando microfone de rádio, Mario Dourado resolveu colocar um ponto final na profissão, passando a se dedicar a sua loja de construção, na Rua Câmara Cascudo, no bairro da Ribeira, em Natal.
Após deixar o rádio, o criador do bordão "olha a hora torcedor" abriu o jogo e não mais escondeu que era torcedor de coração do ABC. A partir daí, o profissional exemplar fazia questão de assistir a todos os jogos de seu clube nas
arquibancadas junto à massa alvinegra.
Ressalte-se que Mário Dourado também era um "doente" na divulgação dos esportes amadores, principalmente, vôlei e basquete. Como "piolho" de rádio escutei muito o programa "Encestando pelas Antenas" da Rádio Poti, comandado por ele. O excelente comunicador faleceu em 2008.
Foto: Arquivo de Ribamar Cavalcante
Por Manoel Cirilo
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