A expedição Carcará 2010 começou em ritmo forte. A única chance que os atletas tiveram de aquecer antes de iniciar a primeira parte do remo, em 51 km pela barragem Armando Ribeiro Gonçalves, foi durante um pequeno trecho de corrida (trekking) do Centro de Itajá até a água. Menos de cinco quilômetros. Para esses super-heróis da resistência, não dá nem mesmo para suar. Logo de início, até o segundo posto de controle, foram só nove quilômetros. Um remo fácil, a favor do vento. Mas durante a noite a coisa mudou. As primeiras equipes chegaram por volta das 2h40 a Jucurutu nos caiaques. O desgaste físico era notável, mas a Carcará só começou.As equipes com melhor desempenho só devem chegar a Natal na próxima quinta-feira. Até lá, ainda vão pedalar, nadar e até escalar. Mesmo depois de receber e analisar os mapas no sábado, a opinião das equipes sobre como impor ritmo à competição era variada. Para alguns, o melhor era dar toda a força nos primeiros quilômetros. Para outros, era melhor poupar. Fernando Fregni, atleta da Tapuia (RN), defendeu o bom senso. "Essa é uma prova que exige muita cabeça. Quem se empolgar demais, vai acabar não conseguindo continuar. Quem for muito devagar, fica para trás", avisou.
Apesar de todas as dúvidas e concentração, a prova em solo potiguar é uma verdadeira festa de confraternização do esporte. Reunidas algumas das melhores duplas do País. Atletas não tão experientes aproveitam a chance de ficar lado a lado com seus ídolos, e até competir com eles. Na largada, equipes como a Trotamundo, segundo lugar no Ranking Brasileiro, Leões de Judá e a Lagartixa, dentre outras. Essa última enfrentou um verdadeiro choque térmico. Saíram de temperaturas baixas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina direto para um sol de rachar no interior do Rio Grande do Norte.
Fonte: Jornal de Fato
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