Saído do bairro das Quintas, Renan Barão tem apenas 25 anos e já detém 29 vitórias consecutivas no maior torneio de Artes Marciais Mistas (MMA) do mundo, o UFC. De férias em Natal por dois meses, Barão só pensa em aproveitar os amigos, a família e a comida. "As duas primeiras semanas de férias eu dei uma relaxada, eu comecei a comer de tudo, como os outros dizem". Mas quando estiver perto de voltar à rotina de trabalho, Renan disse que voltará a se alimentar melhor, ingerindo mais alimentos saudáveis e carboidratos. Além disso, para não perder o físico, o lutador disse que continua treinando três vezes ao dia, manhã, tarde e noite, todos os dias.
Apesar da fase tranquila e de ser apontado como a mais nova promessa do MMA, Renan já passou por muita coisa até se tornar o lutador que é hoje. Vindo de uma família humilde, Barão, que hoje consegue se manter com o que ganha nas lutas, na adolescência teve que trabalhar como ajudante de feirante, guardador de carro e chapeiro. "A vida era uma correria, eu tinha que trabalhar, tinha que fazer alguma outra coisa, tinha que ajudar em casa, até que apareceu um trabalho como chapeiro numa lanchonete. O trabalho lá era pesado, eu pegava das 15h até meia noite".
Mesmo trabalhando muito, Renan nunca deixou de lado o desejo de lutar. Tudo começou quando ele ainda era muito pequeno, seu pai era treinador de boxe e fez dele seu aprendiz. Com o passar do tempo ele recebeu um convite de um de seus amigos para conhecer a Academia Kimura. "Quando eu era criança, meu pai me ensinava boxe, aí conheci a Kimura, comecei a ver o MMA, gostei de ver as lutas e senti uma adrenalina boa, depois disso eu fui trabalhando, trabalhando e treinando, até chegar ao ponto em que eu queria me profissionalizar mais na luta e tive que sair (do trabalho)".
A partir desse momento, Renan conquistou vitórias e mais vitórias, saiu de uma pequena lanchonete para competir em torneios profissionais e agora falta apenas uma luta para chegar à sonhada disputa pelo Cinturão dos Pesos Galo.
Preconceito não existe mais
Com o crescente número de brasileiros praticando MMA e com o esporte se difundindo cada vez mais no Brasil, Barão enxerga que o preconceito nessa área do esporte quase não existe mais. Segundo ele, as pessoas vêem a luta como algo profissional e não violento e completa o assunto dizendo que "agora tudo está melhor, daqui a pouco o MMA estará que nem o futebol". Sobre o investimento de empresário no esporte, Renan comentou que agora existe um número bastante significativo de empresários apoiando e investindo em lutadores, mas ressalva ao comentar sobre os patrocinadores potiguares. "Todo meu patrocinio vem de empresas de fora, nenhuma empresário daqui de Natal falou comigo ou mostrou interesse em me ajudar. As empresas daqui deveriam investir mais no MMA, tem muita gente boa aqui e que poderia tá lutando, mas que não luta por que não tem apoio".
Por fim, o potiguar encerrou a conversa dando dicas para quem deseja aprender a lutar. "MMA é a mistura de todas as artes marciais, então quem quer começar a treinar, é melhor aprender de início o jiu jitsu e a luta de pé, como box ou muay thai, isso vai ajudar no desenvolvimento da luta".
Fonte: DN Oline
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