Velejador potiguar encara desafio em travessia

é apaixonado pelo mar. Já conheceu vários países velejando e se prepara agora para o maior desafio à vela que já encarou: fazer a travessia de Fernando de Noronha a Natal em um Hobie Cat 14, um pequeno barco Ubirajara Carratu a vela, com capacidade para apenas uma pessoa sentada e uns poucos mantimentos. Segundo o velejador, o trajeto não é o principal desafio, já que é comum realizá-lo em embarcações maiores. A novidade é realizar o percurso em um barco com essa estrutura. Com 34 anos, o empresário é um entusiasta do esporte. Diz que o seu maior objetivo com o projeto é mostrar que o barco não é tão frágil quanto parece, que o esporte não é somente para os mais endinheirados e que a costa potiguar é um excelente espaço para a sua prática.
O velejador segue para Noronha no dia 2 de novembro. Será levado ao arquipélago em uma embarcação maior, que transportará também o seu barco e outros dois tripulantes. Ao chegar, descansará um pouco e no dia 4, ao final da tarde, iniciará o trajeto de volta, sozinho, em seu Hobie Cat 14. A previsão é que esteja em Natal 24 horas depois. A bagagem é a menor possível. Disse que sua alimentação nos dias que antecedem a travessia será preparada de forma que ele "não sinta falta de ir ao banheiro" e no barco haverá algumas frutas, comida desidratada e um novo isotônico em forma de gelatina, no lugar da água. De acordo com o atleta, o produto está sendo testado e ele será um dos primeiros a usá-lo. "A quantidade equivalente a uma mordida surtirá tanto efeito quanto uma garrafa de água", disse.
A noite deverá ser impiedosa, ele não poderá dormir, pois estará sozinho e disse também que o horário de saída foi mais um item pensado para que a viagem seja feita da forma mais segura possível, porque estará fisicamente mais preparado para aguentar a noite e não se desgastará com o sol e o calor já no início do trajeto. "Ao contrário do que muitos pensam, esse é um desafio, mas não uma loucura. A segurança é o ponto que mais tenho tido cuidado". O período em que a travessia será realizada foi escolhido porque os ventos apresentarão menos riscos ao barco. A vela também será reforçada. O atleta disse que o barco não afunda, mas corre o risco de virar e reforçar a vela será importante para o caso da situação ocorrer e o barco poder ser desvirado sem o risco de rasgar a vela. O projeto também terá o apoio da Marinha, que para isso cobra que o velejador realize algumas provas teóricas sobre conhecimentos náuticos e adeque o barco às suas recomendações.
Carratu faz questão de frisar que a ideia do projeto fez surgir o apoio de patrocinadores muito mais rápido do que ele imaginava e que as próprias empresas que estão financiando a ideia o entusiasmaram mais ainda com a chance de poder dar visibilidade a esportes náuticos. "Somos o melhor país no iatismo, por exemplo, e quase ninguém sabe disso. É uma pena que o esporte náutico não seja tão reconhecido aqui", disse. Para Ubirajara, falta incentivo, como escolinhas que formem atletas desde criança. Ele não economiza palavras para ressaltar as potencialidades do Brasil e do Rio Grande Norte para o esporte. "Já viajei por todos os países do norte e do nordeste da América do Sul, conheci o Caribe, Trinidad e Tobago de barco e nenhum desses lugares bate Barra de Cunhaú. Temos lugares lindos aqui, ventos que ajudam e água quente e não se tem o hábito de aproveitar isso tudo para velejar. Percebi que os lugares menos propícios para o esporte são os que mais despertam o interesse das pessoas", encerrou.
De Rosana Pimentel para O Poti/Diário de Natal

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