Anormal ou comum homenagear um "fora da lei"?

Essa é foi uma ocorrência no mínimo curiosa. Na década de 80 - não recordo o ano - eu estava na redação do Diário de Natal, quando recebi um release do correspondente do jornal em Mossoró, no qual dizia que um assaltante de apelido Falcone, que havia sido morto pela polícia, iria ser homenageado com um torneio de futebol no bairro em que ele morava.
O fato me chamou a atenção, tendo em vista que era a primeira vez que se tinha notícia de que um "fora da lei" seria homenageado. De acordo com o release, embora o rapaz tivesse essa má qualidade, era querido pelos moradores do bairro. Isso porque, antes de entrar no "mundo do crime", ele jogava bola em um dos clubes amadores da cidade.
Neófito na função de editor de esporte do jornal, e pelo ineditismo do foto, fiquei um tanto receoso de divulgar a matéria. Por isso, tentei consultar o diretor de redação, porém, não tive êxito, uma vez que ele estava preocupado em resolver um problema de outra matéria. Diante do exposto, decidi por conta própria editar o texto vindo da capital do oeste potiguar.
No outro dia, ao ler a matéria no Diário de Natal, um correspondente de "A voz do Brasil" aqui em Natal, a transcreveu para São Paulo, onde à noite, foi noticiada na própria Voz do Brasil e no Jornal Nacional da Globo, como curiosidade. 
Nos dias atuais, confesso que tenho dúvida de que um fato como esse seria curioso ou simplesmente normal. O tempo não para, mas as coisas mudaram. Hoje, o que é anormal para uns, pode ser comum para outros.
Por Manoel Cirilo     

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