Justino Neto, "pau para toda obra" no jornalismo

Tinha como vinheta a música do Trio Nordestino "Eu gosto muito de você, gosto sim, e não lhe troco por ninguém". Estamos falando de um dos maiores e mais completos cronistas esportivos do Rio Grande do Norte, Antonio Justino Neto (na foto à esquerda ao lado de Ribamar Cavalcante).
Justino Neto, como ficou conhecido no rádio potiguar, para quem não sabe, jogou na lateral esquerda no time aspirante do Alecrim Futebol Clube nos anos de 1967 e 1968. Sem ter oportunidade na equipe de profissionais do verdão, conseguiu um emprego no Bradesco até que em 1969, recebeu convite e aceitou ser plantão esportivo da Rádio Nordeste.
Sem embaraço e de boa dicção, dois anos depois , isto é, 1971, Justino Neto se transferiu para a Rádio Cabugi, onde passou a trabalhar como repórter da equipe de rádio da emissora e também do jornal Tribuna do Norte. Mas, apesar de se fixar como repórter, Justino era "pau para toda obra", pois, quando faltava um narrador, ele assumia a função com desenvoltura.
Embora afirmasse sempre que não torcia pelo ABC, por várias vezes o setorista alvinegro participava de treinamentos do time alvinegro juntamente dom os jogadores. Essa familiarização com o clube rendeu ao repórter a função de assessor de imprensa do clube preto e branco.
O descuido de Justino. Foi assim. Um dia ao chegar na sede do ABC, em Morro Branco, encontrei uma mulher sentada em uma cadeira de balanço, então perguntei ao massagista "Furão" quem era aquela senhora. Ele me respondeu que era a mulher do zagueiro Pedro Basílio, que havia sido dispensado pelo clube, o qual tinha pago a rescisão de contrato com um cheque sem fundo.
Então, enquanto entrevistei a mulher o repórter fotográfico Carlos Silva fez a foto e no dia seguinte o editor Everaldo Lopes publicou no Diário de Natal. Na época, entre os meios de comunicação de Natal havia uma briga danada para se noticiar algo em primeira mão. Pois bem, ao ler a matéria do diário, o chefe de esporte da Rádio Cabugi, Marcos Antonio Antunes, ficou bravo com seu repórter: "Justino você toma café, almoça e janta no ABC e deixa um jornal impresso furar a gente. Você não tomou conhecimento desse cheque sem fundo?" Respondeu Justino: "Tomei, sim. O ABC passou cheque sem fundo a Pedro Basílio, assim como a Ademir Patrício, que também deixou o clube.
Antonio Justino Neto, considerado um dos grandes profissionais da crônica esportiva potiguar faleceu no dia 10 de julho de 2016. aos 65 anos de idade.
Foto: Arquivo de Ribamar Cavalcante
Por Manoel Cirilo

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