Jogo Aberto: 30 anos dando vez e voz ao torcedor

"Aqui o torcedor tem vez e voz". Este era o slogan do programa Jogo Aberto que permaneceu no rádio por mais ou menos 30 anos. Apresentado por Armando Viana e Jaime Dantas, esteve no ar  na Rádio Poti AM durante 22 anos, e mais seis ou oito na 87 FM na Zona Norte de Natal. Na emissora associada começava às 21h, e terminava às 23h, enquanto 87 era de 21h às 22h.
De acordo com Armando Viana, seu criador, o programa tinha por finalidade debater o futebol do Rio Grande Norte com os torcedores, principalmente, os de ABC e América, através de telefone. Era um verdadeiro clássico ABC x América fora do gramado. Por isso, tinha uma audiência altíssima.
De início, os apresentadores colocavam dois temas sempre relacionados a ABC e América para discussão dos torcedores. Esse debate quase sempre era acalorado, em virtude do fanatismo de alguns. Entre os quais podemos citar "Gilson Carcará" pelo ABC e "Wellington Cospe Fogo" e Marinheiro pelo América. Este último bem mais moderado. Com o decorrer do tempo, Gilson passou a participar do programa no estúdio da rádio. Aí, atiçado por Armando Viana, Carcará tratava o América com diminuição e desprezo. Por outro lado, sem saber que aquilo tudo era "migué", Cospe Fogo dava o troco com a mesma moeda. Às vezes, a discussão era tão fervorosa que havia ameaça, tal como, vou lhe pagar lá fora. Nessa hora, Armando entrava no bate-papo e acalmava os ânimos dos dois "brigões".
Um dia, acatando uma ideia minha, Armando Viana elaborou um encontro dos três - Gilson Carcará, Cospe Fogo e Marinheiro - no estúdio da rádio. Dos três, apenas Gilson tinha conhecimento da sugestão. Era o Ivo Holanda do programa. No dia marcado, antes de o Jogo Aberto começar chegaram os dois americanos, porém, o abcedista chegou com o programa já em andamento, e cumprindo orientação, ficou na sala do departamento de esportes da rádio. 
Em certo momento, Armando falou aos dois convidados que o objetivo do programa não era de fazer inimizade dos torcedores. E sim, de dar chances a estes de falar sobre os momentos de tristeza e de alegria proporcionados por seus clubes de coração.
Espírito preparado, Armando dá o sinal e Gilson entra na redação e sorrindo cumprimentou os dois torcedores adversários, que educadamente, retribuíram a ação. A partir daí, jogada fora a má impressão que tinha um do outro, os três continuaram a puxar a brasa para suas sardinhas, porém, com respeito mútuo. 
Por Manoel Cirilo   

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