Do arquipélago direto para servir ao ABC de Natal

Durante alguns anos potiguares e pernambucanos discutiram bastante sobre qual estado da federação deveria pertencer a Ilha de Fernando de Noronha, que se localiza a 545 quilômetros de Recife e 360 quilômetros de Natal. Na verdade, ela sempre pertenceu ao estado de Pernambuco.
É o seguinte: se esse arquipélago nunca pertenceu ao Rio Grande do Norte vamos deixar de lado e falar sobre um filho dele, que chegou em Natal na década de 50 e derramou toda a sua paixão em cima de um clube batizado com o nome de ABC Futebol Clube. Trata-se de José Prudêncio Sobrinho - à direita da foto.
Apesar da baixa estatura, esse noronhense foi goleiro do alvinegro e jogava de boné como os colegas de posição à época. Como jogador foi campeão uma única vez: 1953. Ciente de que dentro das quatro linhas não era o seu forte, emigrou para trabalhar como diretor de futebol do clube. Foi aí que ele demonstrou toda sua visão e capacidade de dirigir.
Já como diretor de futebol, um dos primeiros atos positivos do filho da "Esmeralda do Atlântico" - apelido do arquipélago de Fernando de Noronha -  foi ir ao Recife , em 1968, e trouxe do Santa Cruz um crioulinho chamado Alberi, que ainda hoje é ídolo da torcida. Aliás, as más línguas comentaram na época que, para renovar o contrato, o "Negão" recebeu como pagamento um fusca, 1.500 cruzeiros e um disco do cantor Waldick Soriano, onde uma das faixas era a música "Eu não sou cachorro não".
Dizem que o amor de José Prudêncio pelo ABC era tanto que sacrificou os negócios de sua loja de baterias, que se localizava na subida da Av. Rio Branco, na Cidade Alta, por causa do clube. Confesso que esse tipo de assunto não gosto de comentar. Prefiro dizer que entre os grandes jogadores que o velho Pruda trouxe para o ABC, estão o zagueiro Edson e o meia Correia, do Náutico; o quarto zagueiro Josemar do Ferroviário; o lateral Marinho Chagas, do Riachuelo,  o ponta Zezé, do Alecrim; o meio-campista William; e o centroavante Petinha, além de outros. Isso sem falar no renomado treinador Caiçara, vitorioso
na região Nordeste. 
Visto isso, falar sobre o ABC sem citar o nome desse abnegado, é mesmo que pular uma página do livro que conta a história do clube.
Foto: arquivo pessoal de Ribamar Cavalcante
Por Manoel Cirilo

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