"A fé move montanhas". Esta pequena frase bíblica me faz lembrar o
pernambucano José Minervino de Souza Filho, que traduzindo para a
linguagem do futebol, nada mais é de que o veloz e driblador ponta direita Curió.
O
atacante que veio do Náutico de Recife para o América de Natal, em
1982, assim que chegou mostrou que tinha estrela para papar títulos, ao ser campeão
potiguar pelo clube alvirrubro naquele ano. No ano seguinte, se
transferiu para o ABC, por quem conquistou o bicampeonato em 1983 e
1984.
Como um nômade - aquele que não se fixa por muito tempo em um
mesmo lugar - em 1985, o atacante já estava defendendo
as cores do Alecrim Futebol Clube, conseguindo mais um título do
Estadual potiguar. Em 1986, a coisa não foi diferente. Mesmo com as
dificuldades que a diretoria do clube encontrou para manter a equipe do ano
anterior, inclusive, atrasando salários do elenco, Curió voltou a vibrar com a repetição o bicampeonato.
Só para lembrar, o bicampeonato e último título de campeão do Alecrim ocorreu no fim da
tarde e início da noite chuvosa de 17 de agosto, oportunidade em que o
time periquito empatou com o ABC em 0 a 0, com o estádio Machadão recebendo um grande público.
Após o encerramento do jogo, um fato curioso. Curió, o
já então ídolo do torcedor alviverde, convenceu seus companheiros de equipe, dirigentes e parte da torcida Fiéis Esmeraldinos Radicais a se deslocarem até a estátua do Padre João Maria, na Cidade
Alta, para pagar uma promessa. Com cinco títulos potiguares na bagagem, o pagador de promessa se transferiu para o Rio Negro de Manaus, onde jogou em 1987 e 1988, encerrando assim a carreira.
Por Manoel Cirilo
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